Com elementos de suspense e uma fotografia obscura, o documentário Bellingcat: A Verdade em um Mundo Pós-Verdade, pergunta em quem podemos acreditar
Estamos sendo vigiados, isso é fato. Mas até que ponto o que está sendo mostrado é real? Para isso existe o Bellingcat, coletivo de jornalismo investigativo que, por meio da internet, expõe a verdade sobre notícias e investigações complexas de todo o mundo.
O desastre do vôo MH17 da Malásia Airlines, a Guerra Civil na Síria e o misterioso envenenamento de um espião russo no Reino Unido, são alguns dos casos investigados por estes homens em “Bellingcat: A Verdade em um Mundo Pós-Verdade”.
Com uma linguagem atual, o documentário de Hans Pool já abre com os protestos fascistas de supremacia branca que ocorreram nos Estados Unidos e seus desdobramentos. Como ninjas, a equipe de Eliot Higgins faz um trabalho praticamente artesanal para descobrir a verdade, linkando informações, imagens, vídeos e mapas. A equipe é uma espécie de filtro, e é necessário ter confiança em seu trabalho, algo bastante discutido durante a produção.
Por isso, o foco também é a vida pessoal de cada um deles. Essa dualidade entre o jornalismo e as particularidades de cada um só faz o filme crescer, apesar de uma queda vertiginosa quando foca nos russos e no premiado investigador holandês Christiaan Triebert.
Quando entram no âmbito da fake news, os pesquisadores da Alemanha, Holanda, Finlândia e Estados Unidos, percebem que cada caso, beira o bizarro. Com apenas 3 anos atuando, o filme mostra que esses caras são o futuro num mundo onde os governos são menos confiantes e a mídia tradicional menos utilizada.
“Bellingcat: A Verdade em um Mundo Pós-Verdade” procura respostas. Com uma certa cara de thriller de espionagem, o documentário revela farsas que estavam o tempo todo na nossa cara. Tendo a ajuda de todos, formando uma espécie de comunidade jornalística, é normal que, por vezes, alguns queiram desacreditar o time de Higgins, acusando-os de ausência de autenticidade. Felizmente, a verdade prevalece… ou o que pensamos que seja.
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