A Odisseia dos Tontos: Não há nada ruim que não possa piorar

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A Odisseia dos Tontos é um filme sobre a coragem de um povo que mescla diversão e emoção


Há tempos, o cinema argentino flerta com o cinema francês e até com os expressionismo alemão para trazer histórias tragicômicas. O exemplo mais recente dessa leva é o excelente “Relatos Selvagens” (2014), indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro no ano seguinte. “A Odisseia dos Tontos” é mais um exemplar desse estilo e, coincidentemente ou não, Ricardo Darín faz um papel extremamente importante nos dois. Aqui ele é Fermín Perlassi, que junto com a mulher Lidia (Verónica Llinás) deseja abrir uma cooperativa em uma cidade distante na província de Buenos Aires.

Após reunir o dinheiro necessário e colocar no banco, a crise econômica que afetou a Argentina em 2001 – auxiliada por um golpe quase perfeito – faz ele e os amigos perderem todo o dinheiro, forçando-os a irem em busca de justiça.

O cinema argentino sabe fazer um filme comercial que prenda sua atenção do início ao fim e a produção de Sebastián Borensztein, baseado no livro de Eduardo Sacheri não é diferente. Repleto de personagens diferentes, exóticos e principalmente empáticos, a união destes faz com que estejamos diante de uma verdadeira odisseia de desajustados.

A Odisseia dos Tontos: Não há nada ruim que não possa piorar 3

Abrindo com a definição da palavra “tontos”, a narração de Darín nos localiza e já adianta que não são tempos fáceis para se viver na capital argentina, algo muito parecido com o que viviam recentemente. A Odisseia dos Tontos muda de tom com frequência, indo do drama a comédia de forma fluída.

É interessante ver como algo que afetou milhões de pessoas foi capaz de provocar pequenas rebeliões e sentimentos de vingança. Mesmo com o pano de fundo sério, a diversão é o principal combustível, desde a forma de como a equipe se relaciona entre si até a construção de planos mirabolantes.

dois papas

A Odisseia dos Tontos é intenso e talvez só perca um pouco dessa intensidade no romance de Rodrigo (Chino Darín), filho de Fermín (e de Ricardo), com Florencia (Ailín Zaninovich) que não acrescenta em nada. Manzi (Andrés Parra), o advogado e grande vilão da fita, também pode tornar tudo um pouco mais caricato, mas ao mesmo tempo se une a narrativa por vezes fantasiosa que toma conta de “A Odisseia dos Tontos”.


Obs: O filme já está em cartaz nos cinemas brasileiros.


*Filme visto na 43ª Mostra de São Paulo

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