Kevin Feige tenta arrumar a casa das ideias novamente, em Capitão América: Admirável Mundo Novo, sem tempo suficiente para isso, enquanto prepara o clímax para mais um evento que, dessa vez, não sabemos o que esperar
Texto escrito por Luiz Eduardo
Capitão América Admirável Mundo Novo é o mais novo filme do famoso herói da Marvel. Desta vez, o filme dá continuidade à minissérie de televisão Falcão e o Soldado Invernal, onde o escudo está nas mãos de Sam Wilson (Anthony Mackie), após Steve Rogers (Chris Evans) o entregar em Vingadores: Ultimato.
Durante a série, Sam aceita seu dever como o novo Capitão América ao lado de Bucky Barnes (Sebastian Stan), e apesar do filme nos mostrar que muito tempo se passou após esses acontecimentos, a trama parece tentar superar o passado enquanto olha para o futuro do MCU. Admirável Mundo Novo compõe a Fase 5 do Universo Cinematográfico Marvel.
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Qual o enredo de Capitão América Admirável Mundo Novo?
O enredo tenta explorar os desafios e responsabilidades de Wilson em seu novo papel, enquanto enfrenta novas ‘’ameaças’’ e aliados inesperados. A direção está a cargo de Julius Onah, conhecido por seu trabalho em The Cloverfield Paradox, e o roteiro foi escrito por Malcolm Spellman, que também foi o showrunner de Falcão e o Soldado Invernal.
Como visto na série, Wilson assumiu o manto de novo Capitão do MCU após superar muitos obstáculos e rejeição por parte da população. Agora, encontramos o herói já estabelecido em sua posição, porém ainda com muitas inseguranças. Ao lado de seu novo braço direito, e sucessor como Falcão (Danny Ramirez), ele enfrenta a organização da Serpente por trás do roubo de um carregamento de Adamantium refinado — a ponta do iceberg da verdadeira trama.
O que achamos do filme?
Logo de cara, encontramos com a genial atuação de Giancarlo Esposito, que interpreta o Coral, líder da Serpente, uma coligação criminosa das HQs bem articulada e capaz de executar crimes de impacto mundial. Esposito dá um tom aombrio para o novo filme, criando boas interações com Sam, e deixando seu futuro em aberto para novas oportunidades.
O mesmo pode ser dito de Harrison Ford. Um dos maiores nomes da cultura pop mundial, o veterano chega ao MCU como o novo rosto do general Thaddeus “Thunderbolt” Ross, originalmente interpretado pelo saudoso William Hurt. Sem o tradicional bigode do personagem (calhando com uma explicação interessante), Ford molda sua própria versão do papel — entregando muita verdade em seus textos, porém o longa passa boa parte do tempo tentando mostrar que o ele é o nosso vilão, mas, pelo menos nesse filme, o Hulk Vermelho não passava de um peão qualquer, e nem seria capaz de se tornar o verdadeiro vilão.
O filme traz claras tentativas de referenciar e trazer de volta o clima e a empolgação de filmes como “Capitão América: Soldado Invernal” e “O Incrível Hulk”, com início e motivações muito parecidos, o que de cara faz você ficar um tanto curioso sobre o que pode vir nos próximos minutos. As refilmagens apressadas e a falta de um direcionamento que o MCU vem sofrendo, desde sua última fase, atrapalham a trama em se manter coesa com a própria história que conta, mais do que isso, tira a atenção do público em não saber orientá-lo de para onde deve olhar ao longo de duas horas de filme.
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Capitão América Admirável Mundo Novo peca em tentar nos prender, sem ao menos nos dar boas razões para continuar. Uma das coisas inexplicáveis é a falta de abordagem das questões raciais envolvendo Sam, além da falta de aprofundamento na parte política. Apesar da produção, de maneira superficial e rasa, abordar o legado do Capitão América, não há uma conduta adequada e tudo parece estar empenhado em se resolver rapidamente.
Feige claramente compreende que seu universo pode ter um prazo de validade e, por isso, luta contra o tempo para apresentar seu novo evento (Avengers Doomsday), enquanto tenta abrir novas portas para seu universo, incluindo referências que não sabemos quando serão mencionadas novamente, como o Celestial e outras citadas durante o filme.
Samuel Sterns (Tim Blake Nelson) que teve sua primeira aparição no filme O Incrível Hulk, retorna agora como Líder em um visual bizarro, mas que agrada até certo ponto. Sua volta apesar de preguiçosa é bem explicada, porém também sem grandes ambições. Diferente de outros filmes do MCU, aqui seus vilões permanecem com o futuro em aberto, possibilitando um retorno breve, talvez até no próximo longa do herói, ou em alguma produção semelhante.
Apesar de sua cena pós-créditos, Capitão América Admirável Novo Mundo não é a pior coisa do MCU. Feige corre contra o tempo para salvar seu universo, que pode a ser destruído a qualquer momento pelo DCU do James Gunn ou cair no esquecimento por suas produções repetidas que vez ou outra ganham respiro com filmes como Deadpool e Wolverine. Suas esperanças são claramente depositadas em cima do Quarteto Fantástico, que terá que se virar nos 30 (como diria o saudoso Faustão), para salvar um universo que parece não encontrar mais seu rumo e tenta voltar a suas origens.
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