Amazon Prime Video: As entrevistas internacionais [ATUALIZADO]

Amazon Prime Video: As entrevistas internacionais [ATUALIZADO] 3

Além de um stand incrível e um painel elogiado, o Amazon Prime Video ainda fechou o combo da CCXP com três entrevistas sensacionais.


A Amazon chegou ao Brasil antes dessa leva de serviços de streaming, mas isso não o fato de que ela precisa enfrentar um mercado pesado. A Netflix já estava estabelecida no cenário nacional, logo a única opção do Prime Video (com seu catálogo em construção) era caminhar pelas beiradas, procurando as brechas para invadir o terreno. A questão é que isso exige um investimento similar ao que eles trouxeram para CCXP.

Eis que, além de um estande muito bem construído e um painel cheio de estrelas, o estúdio também levou parte da imprensa para um entrevista coletiva com os elencos de The Expanse, Star Trek – Picard e The Boys. Uma oportunidade única de estar próximo a estrelas de Hollywood e ouvir da boca deles algumas informações quentinhas sobre esses projetos que estão ampliando as opções do streaming e ganhando a atenção dos brasileiros ao lado dos pacotes que oferecem frete grátis por um valor relativamente baixo.

Mas, por enquanto, vamos focar nos conteúdos de entretenimento e falar sobre as entrevistas que deixaram este que vos escreve em estado de choque (ou paixão, quem sabe…).


The Expanse

amazon the expanse

A primeira parte da entrevista teve a participação de quatro membros do elenco de The Expanse: o também produtor Steven Strait (10.000 A.C.), Cas Anvar (The Strain), Dominique Tipper (Animais Fantásticos e Onde Habitam) e Frankie Adams (Máquinas Mortais). Um grupo muito interessado em falar com os jornalistas latino-americanos graças ao fato da série, originalmente criada por Mark Fergus e Hawk Ostby (roteiristas do primeiro Homem de Ferro), estava entrando em seu período de sobrevida, após uma campanha dos fãs ter feito a Amazon salvá-la e encomendar uma quarta temporada.

Liderados de certa forma por Strait, eles falaram bastante sobre o dramático período entre o cancelamento e a resposta positiva da Amazon, os benefícios de assistir um programa tão complexo e detalhista no formato de maratona e as liberdades oferecidas pelo streaming em comparação com a TV aberta. Entre as principais vantagens, vale destacar, por exemplo, que os episódios não precisam mais ficar presos nos 42 minutos exigidos pela grade convencional. Isso sem contar que a nova temporada aproveitou a mudança de ares para inserir mais violência, sexo e palavrões no seu contexto espacial.

“The Expanse sempre foi uma série pesada, sombria e que corria riscos. Só que agora, a nossa liberdade é ainda maior. Temos xingamentos, o que queremos fazer cada vez mais. E temos sexo… Que também queremos fazer cada vez mais”

– Dominique Tipper –

Como alguém que nunca assistiu The Expanse e saiu da entrevista disposto a dar pelo menos uma chance, o que me chamou mais atenção foi a maneira como todos os quatro classificaram a série como algo político. É uma ópera espacial com ação, tecnologia e tudo que os fãs de sci-fi gostam, mas, segundos eles, a proposta é funcionar mais como uma espécie de alegoria política que explora universais como imigração, fronteiras e preconceito. Isso faz com que a série se torne um drama sobre relações interpessoais que usa o espaço apenas como palco metafórico.

Além disso, esse pode ser o momento perfeito para começar a assistir The Expanse, considerando que a partir do quarto ano a série começa a se torna praticamente uma série de exploração. Uma sacada que “resetou” o tabuleiro de certa forma, abrindo espaço para criar um western espacial cheio de ação e efeitos práticos com potencial para conquistar um público ainda maior. Inclusive, a Amazon confia também nessa chance que já renovou  show para sua quinta temporada antes da estreia dos novos episódios, que aconteceu na última sexta (13).

PS: Dominique Tipper ainda disse que ela protagonizou uma grande sequência de ação dirigida em plano-sequência. Se você, assim como eu, é fanático por planos-sequência, pode valer a pena visitar o Prime Video.


The Boys

amazon the boys

Depois foi a vez de conversarmos com parte do elenco de The Boys, uma das séries mais surpreendentes do ano em relação a qualidade e ao número de assinantes que trouxe para o Prime Video. Sabendo dessa popularidade que ultrapassou até mesmo as séries da Marvel na Netflix, a Amazon trouxe Antony Starr (Banshee), Erin Moriarty (Capitão Fantástico), Jessie T. Usher (Shaft) e Karen Fukuhara (Esquadrão Suicida).

Pra começar, eles falaram um bocado sobre seus personagens e a produção da primeira temporada, considerando inclusive o teor do material original. Jessie T. Usher ressaltou, entre tantas coisas, que sem alguma adaptação os quadrinhos de Garth Ennis não poderiam ser exibidos na televisão. No entanto, o mesmo ressaltou que o segredo está em concentrar o foco do programa nas motivações do personagens, porque isso ajuda a dar peso para as ações e preencher o tempo de tela com algo que não seja apenas sangue ou violência generalizada.

Já sobre a segunda temporada, Antony Starr declarou que vamos ver um jornada completamente diferente, já que a ideia é mergulhar mais fundo nos personagens e suas dinâmicas dentro da série. Isso significa explorar cada vez mais seus dilemas pessoais, mostrar o passado da Female, reunir personagens que nunca contracenaram (Starlight e Female parecem ter muitas cenas juntas, de acordo com uma fala de Fukuhara), se aprofundar no confronto entre o lado humano e “lado negro” da própria Starlight e algumas outras coisas que não podem ser reveladas por agora. Afinal de contas, ainda temos um pouquinho de chão até a temporada ser liberada.

Ainda assim, por mais que o foco seja “ir mais fundo”, Starr deixou claro que a segunda temporada também será muito maior. Em outras palavras, assim que chegaram no set de filmagens, eles perceberam que o ano dois de The Boys terá mais efeitos visuais, mais violência, mais sexo e muito mais sangue. Inclusive, Erin Moriarty disse, em tom de brincadeira, que os fãs que desejam ver o Capitão Pátria transando não vão se decepcionar durante essa próxima leva de episódios.

“A quantidade de sangue usada é do tamanho dessa sala”

– Jessie T. Usher, se referindo ao pequeno auditório onde a coletiva foi realizada. –

Só que a melhor foi ver todas essas informações serem divulgadas em um painel realmente divertido, onde a química entre os quatro permitia que todos eles fizessem piadas com as falas dos outros. Isso revelou, por exemplo, uma possível disputa de poder entre o Capitão Pátria e a Starlight, quando Erin questionou a informação de ele seria o ser vivo mais poderoso da Terra. Pequenos detalhes que ajudam tanto a revelar alguns dos motivos que fizeram a série chegar tão rápido ao sucesso, quanto servem como argumentos para fazer os duvidosos abrirem o Amazon Prime Video sem medo de protestar contra os super-heróis.


Star Trek: Picard

amazon star trek picard

[Post atualizado após o fim do embargo assinado junto a Frota Estrelar.]

Por fim, essa mesma entrevista preparada pela Amazon ainda teve a participação de parte do elenco da aguardadíssima Star Trek: Picard. A série, que deve funcionar como uma espécie de continuação da elogiada Star Trek: The Next Generation, foi representada por Santiago Cabrera (Big Little Lies), Michelle Hurd (Blindspot), Isa Briones (American Crime Story) e Jonathan Del Arco (Major Crimes). Ficou faltando Sir Patrick Stewart (Logan) vir junto para falar sobre o personagem-título porém o elenco fez o favor de fazer esse trabalho ao mesmo tempo em que enchiam o ator veterano de elogios.

Esse momento se repetiu de certa forma todas as entrevistas, mas a verdade é que essa tinha uma particularidade: apesar dos jornalistas terem assinado um embargo, o elenco não parecia interessado em revelar muita coisa sobre a série. Em outras palavras, isso significa que eles mantiveram seus discursos entre tópicos bastante comuns, como a emoção de fazer parte de uma franquia tão longa e amada ou pequenos comentários que denunciavam justamente o nível de segredo que está cercando a produção. O fato da maioria dos presentes ter feito o teste sem saber que se tratava de Star Trek: Picard.

O único que fugia dessa regra era Jonathan Del Arco, porque ele está repetindo um personagem que faz parte da lista dos remanescentes de The Next Generation. Não por acaso, ele foi o responsável por revelar que parte dessa nova empreitada da Amazon vai lançar um novo olhar sobre os Borgs (uma as raças alienígenas desse universo) vinte anos depois. Inclusive, o próprio Del Arco afirmou que os Borgs mudaram muito desde o último encontro do público com eles.

Ainda assim, a entrevista renndeu algumas informações que merecem ser compartilhadas: a) segundo Del Arco, Picard precisa da ajuda de Hugh (o nome do seu personagem Borg) e vai procurá-lo; b) por mais que a série reúna vários elementos clássicos, ela deve ser uma das produções mais intimas da “marca”; c) o foco do programa está na vulnerabilidade dos personagens; d) funciona perfeitamente como se fosse um filme com dez horas de duração.

Por fim, Michelle Hurd destacou o caráter progressista da primeira série a exibir um beijo interracial da TV americana, afirmando que possui um vínculo com o universo desde a época em que assistia a série com sua família. Isso levou a conversa para os temas que sempre preencheram Star Trek, incluindo imigração e preconceito. Algo que, segundo todos eles, deve ser mantido em Picard, já que o antigo capitão interpretado por Stewart é visto como o tipo de pessoa que pode ajudar sociedades divididas a se reconectarem.

Considerando tanto a diversidade do elenco quanto o momento em que Cabrera garantiu ter sido incentivado a colocar referências latinas no seu personagem, podemos sim esperar uma série com a mesma vibe representativa de Star Trek. E convenhamos o mundo está de fato precisando de mais séries que falem sobre a esperança de fazer um mundo melhor…

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