O diretor espanhol Victor Garcia ganhou uma certa fama entre os fãs aficionados de terror após ser responsável por algumas produções norte-americanas do gênero: Hellraiser: Revelations, Return to the House on Hunted Hill e The Damned.
Apesar de seus longas anteriores não terem sido sucessos de críticas, seu nome acabou ficando conhecido no meio e, agora, ele retorna para as telonas com um filme espanhol.
Qual a trama de A Primeira Comunhão?
No final da década de 1980, Sarah (Carla Campra – Verónica) e sua família se mudam para uma pequena cidade na Espanha. Na tentativa de se enturmar com os garotos de sua idade, a jovem e sua melhor amiga, Rebe (Aina Quiñones), vão para uma festa onde consomem drogas e bebidas.
Enquanto voltam para casa de carona com o traficante do povoado, quase atropelam uma menina usando um vestido branco de primeira comunhão, ao saírem em busca dela, encontram apenas sua boneca e, a partir daí, passam a sofrer alucinações e apresentar manchas no corpo.
O que achamos do filme?
“A Primeira Comunhão” é baseado em uma popular lenda espanhola, segundo a qual uma garota desapareceu no dia de sua primeira comunhão e, desde então, assombra as estradas do local.
Após uma cena de abertura desinteressante, a narrativa principal começa e a princípio o mistério em torno da criança desaparecida parece ser cativante. No entanto, em menos de meia hora, já é possível ver as boas ideias sendo gradualmente desperdiçadas para dar lugar a uma coletânea interminável de todos os clichês que conseguiram encaixar durante 1 hora e quarenta minutos, da maneira menos inventiva imaginável. Não há qualquer subversão, originalidade, ou sequer propósito.
Até a questão do desaparecimento é completamente esquecida e só volta a ser lembrada próximo ao desfecho, sendo decifrada de forma extremamente preguiçosa. Inclusive, o arco de nenhum personagem é desenvolvido, as subtramas são todas mal aproveitadas, e o único intuito do diretor parece ser reunir o máximo de jumpscares e alucinações. O problema é que nem isso faz bem, a falta de timing é tamanha que nenhum dos sustos surte efeito.
O saldo final é um projeto que não diverte, não aterroriza, não causa tensão, não instiga e não emociona, ainda fecha com um plot twist que dá a impressão de ter sido feito às pressas e, para piorar, acredita ter sido bom o suficiente para justificar uma sequência e já deixa o território preparado.
Todavia, é justo dar crédito onde eles são merecidos, os efeitos digitais e a maquiagem são bons o bastante para não deixar o projeto com cara de barato, e a interprete principal de A Primeira Comunhão não brilha, mas também não desaponta.
Nota: 4