Dois anos sem Robin Williams

Robin Williams

Onze de agosto será para sempre um dia de tristeza para os amantes de cinema, afinal de contas, há exatos dois anos, o mundo perdia Robin Williams. Um ator que arrancou inúmeras risadas do mundo, marcou a vida de inúmeras pessoas e, particularmente, foi uma parte importante da minha infância com Uma Babá Quase Perfeita, Jumanji e tantos outros. Com o tempo descobri outros filmes, incluí Bom Dia, Vietnã na minha eterna lista de favoritos e virei um fã que não poderia deixar de prestar alguma homenagem nesse dia.

Revi quase todos os seus filmes e percebi que não poderia fazer críticas dos mesmos, porque todos são simplesmente perfeitos em um momento como esse. Por conta disso, decidi seguir o apelo de seus familiares e fazer um esforço para lembrar de quem era o verdadeiro Robin Williams, que ia além do famoso comediante. Um Robin que poucas pessoas realmente conheceram de perto.

Uma pessoa complexa e totalmente brilhante que teve uma infância muito complicada e sofreu com isso até o final dos seus dias. Alguém que espalhava alegria, enquanto, ironicamente, convivia com uma depressão profunda. Um ator extremamente inteligente que tinha uma quase desconhecida formação clássica na Juilliard. Um homem que se tornou dos melhores amigos de Christopher Reeve (o terno Superman) na faculdade e não poupou esforços para fazê-lo rir durante sua recuperação.

Um ator que fez carreira como comediante, viveu todos os males da fama e provou todo o seu talento a cada papel dramático. Um gamer que carregava seu computador em todas as viagens para não deixar de jogar. Alguém que quase faliu para pagar as dívidas de um amigo na faculdade, distribuiu várias bolsas durante sua vida e ajudou milhares de instituições até os últimos instantes.

No fim das contas, eu acabei percebendo que a melhor homenagem seria falar um pouco sobre os filmes que mais marcaram minha vida e merecem ser lembrados para sempre. Mais do que isso, eu quero falar sobre como cada um desses filmes tinham um pouquinho das várias facetas de Robin e do que ele sempre quis transmitir para as pessoas. Vamos para a lista sem demora, repetindo o nosso principal recado: a melhor maneira de lembrar e homenagear esse grande ator é rever alguns de seus trabalhos, entre tantos que com certeza marcaram a vida de cada um.

  • Bom Dia Vietnã (1987)

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Responsável pela primeira indicação de Robin ao Oscar, esse também se tornou o seu primeiro grande sucesso e a comprovação de que aquele comediante stand up elétrico e falastrão poderia reunir drama e comédia em um só filme. Na minha opinião, esse é melhor filme da carreira de Robin Williams justamente por mostrar com perfeição todas as qualidades do verdadeiro Robin, principalmente seu imensos monólogos improvisados que voltariam a aparecer tantas e tantas vezes. Disponível na Netflix.

  • Sociedade dos Poetas Mortos (1989)

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Mais um sucesso de crítica e público, mais uma atuação surpreendente dramático e mais uma justa indicação aos Oscar fizeram com que Sociedade dos Poetas Mortos se tornasse um dos filmes mais amados e reconhecidos da carreira de Robin. Um longa belíssimo e poético que foi sutilmente inspirado por um professor do colegial que mudou a visão de mundo de Williams, logo que ele se mudou para a Califórnia. Pare de pensar um pouco e aproveite cada dia! Disponível na Netflix.

  • Tempo de Despertar (1990)

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Além de colocar Robin em mais um papel biográfico, esse filme pouco conhecido da sua carreira inicia uma relação inexplicável com a medicina na história do médico que descobriu como curar, mesmo que temporariamente, seus pacientes catatônicos. Mais do que isso, Tempo de Despertar é outro ótimo exemplo da sua capacidade de atuar com seriedade, principalmente nos momentos de pura solidão do personagem. Disponível na Netflix.

  • O Pescador de Ilusões (1991)

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Os anos passavam e Robin deixava claro que suas incursões em papéis dramáticos seriam cada vez mais recorrentes, apesar do sucesso humorístico nos palcos e na televisão. Assim como as piadas que surgiram para gerar alguma aproximação com sua mãe, isso é fruto de uma necessidade muito grande que ele tinha de provar seu talento. Com mais uma indicação ao Oscar, a sua representação de um sem-teto simples e sofrido foi aplaudida e elogiada em massa. Objetivo atingido!

  • Aladdin (1992)

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As dublagens também são uma parte importante da carreira de Robin, mas nenhuma delas é tão marcante e divertida quanto sua estréia em Aladdin, interpretando o Gênio. Um papel criado especialmente para o autor que resultou em diversas imitações, improvisos e algumas horas de material que não pode ser utilizado no filme. Precisa falar mais alguma coisa…

  • Uma Babá Quase Perfeita (1993)

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Uma Babá Quase Perfeita passa longe de ser um filme brilhante, mas pode ser facilmente considerado um clássico da carreira de Robin Williams. O motivo certamente está no seu timing perfeito para a comédia e as imitações dentro de um roteiro leve e divertido. Além disso, é fácil perceber que seu papel de ator e dublador que precisa conviver com a separação repentina é quase autobiográfico.

  • Jumanji (1995)

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Mais do que todos os problemas e desejos que possam ser citados, Robin Williams era alguém apaixonado (quase viciado) por divertir as pessoas. Sem um roteiro genial ou grande importância dramatúrgica, esse clássico da nossa Sessão da Tarde é o exemplo perfeito disso, principalmente ao explorar um lado infantil que Robin sempre manteve guardado dentro de si. Disponível na Netflix.

  • Jack (1996)

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Ao lado de Jumanji e do pouco elogiado Hook – A Volta do Capitão Gancho (1991), o filme dirigido por Francis Ford Coppola se apoia completamente nesse lado infantil de Robin para contar a história de uma criança que precisa conviver com seu corpo de quarenta anos. Além disso, Jack também passa rapidamente por temas recorrentes da vida e da carreira do ator, como bullying e amizade.

  • Hamlet (1996)

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Movido pela vontade de mostrar novas facetas e comprovar sua formação clássica na Juilliard, Robin Williams não perdeu a chance de se reunir a grandes nomes do cinema, incluindo o comediante e amigo Billy Crystal, em uma das melhores adaptações da peça de Shakespeare. Dirigido por Kenneth Branagh, o longa não é tão conhecido do público em geral, mas merece ser procurado por apresentar um tipo de trabalho que Robin sempre quis fazer com mais intensidade.

  • Gênio Indomável (1997)

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Depois de muitas tentativas arrebatadoras, chegou a hora de Robin Williams finalmente conquistar seu Oscar por um papel dramático, recheado de monólogos emocionantes. O roteiro de Ben Affleck e Matt Damon possui uma estrutura narrativa simples, mas garante sua força na mensagem motivacional (outra característica cada vez mais recorrente nos longas de Robin), a direção cheia de metáforas e as atuações inspiradas. Disponível na Netflix.

  • Amor Além da Vida (1998)

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Esse é um dos papéis mais melosos e sentimentais da carreira de Robin Williams, mas também é um dos que mais se aproxima do que ele sempre gostou de fazer. Temos drama, uma pitadinha de medicina, relações familiares marcados pelo afastamento repentino, inovação visual (vencedor do Oscar de Efeitos Visuais) e mensagens motivadoras no final. São elementos recorrentes e marcantes que sempre acabam voltando nos momentos mais emotivos da vida de Williams. Disponível na Netflix.

  • Patch Adams: O Amor é Contagioso (1998)

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Patch Adams é um dos longas mais criticados da história de Robin no cinema (até pelo verdadeiro Patch Adams), entretanto também retoma vários aspectos que fizeram sucesso em outros filmes: o protagonismo de um médico, as mensagens motivadoras e a mistura tênue entre drama e comédia. O resultado talvez seja um pouco bagunçado, mas ainda é um longa emocionante e com a cara de Robin Williams.

  • O Homem Bicentenário (1999)

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Fruto da terceira parceria entre Robin e o diretor Chris Columbus, o protagonista de O Homem Bicentenário é mais um daqueles personagens que podem ser considerados um reflexo da sua vida real. O robô que vai se tornando praticamente um humano ao ganhar emoções enfrenta uma solidão e uma busca emocional muito tocante e divertida. Além disso, esse é só mais um filme de Robin que se tornou um clássico da Sessão da Tarde.

  • Insônia (2002)

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Esse ótimo e pouco reconhecido suspense de Christopher Nolan faz parte de alguns anos mais pesados dessa carreira tão brilhante, bem juntinho com Retratos de Uma Obsessão e Violação de Privacidade. A solidão chegou com tudo na vida real e o reflexo foi Robin precisando se provar como um assassino frio e calculista que enfrenta o mestre Al Pacino durante uma época em que não escurece no Alaska.

  • O Som do Coração (2007)

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O último participante dessa lista também é, na minha opinião, o último grande filme da carreira de Robin. Claro que ainda o veríamos várias vezes na TV, nas animações e na franquia Uma Noite no Museu, entretanto sua carreira passaria por um grande período voltado ao cinema independente e aos longas estrelados puramente por dinheiro. Apesar disso, O Som do Coração é um musical que nos mostra – mais uma vez – um Robin completamente diferente no papel de um dos vilões. Não é um dos grandes, mas merece ser visto sem dúvida nenhuma! Disponível na Netflix.

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