Hush – A Morte Ouve | Crítica

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Ah, o terror. Esse gênero que eu amo tanto. E por ser exigente, é difícil me surpreender com as produções recentes. Dei uma certa atenção para Hush – A Morte Ouve, lançado pela Blumhouse (que tem a melhor introdução de todas), por conta da simples, mas interessante premissa, além do fato da Netflix ter adquirido os direitos do mesmo.

Sobre Hush – A Morte Ouve

A autora Maddie Toung, vive uma vida isolada desde que perdeu sua audição quando era adolescente (devido a uma meningite), se adaptando a um mundo de total silêncio. Porém, quando um rosto mascarado de um assassino psicótico aparece em sua janela, Maddie precisa ir além dos seus limites físicos e mentais para conseguir sobreviver.

A entrada ao mundo de Maddie se dá logo no início da produção, em um excelente trabalho de edição de som. Não ouvimos absolutamente nada, causando um certo desespero, e olha que a moça está apenas cozinhando. Kate Siegel vive a carismática protagonista, que apesar de não ter nenhuma fala, tem presença e arrebenta em cena. John Gallagher Jr (ótimo em Rua Cloverfield, 10) continua acumulando boas atuações. O personagem é frio, e está disposto a fazer um joguinho psicótico com a escritora.

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Apesar de pouco mais de 80 minutos de duração, e em sua maioria com dois personagens, Hush de Mike Flanagan, desenvolve bem os personagens e motivações, ou a falta delas. O filme não pula para o clichê básico, de sustos ou trilha sonora exagerada. A falta de trilha é o que chama atenção. O apego não é pela condição de Maddie, não chega a ser um sentimento de pena, mas sim de empatia. A violência apesar de pouca e não gráfica na maioria das vezes, gera desconforto. Não há um exagero aqui, tudo é tratado de forma natural.

Em seu final a “deficiência” da personagem é deixada de lado e focamos em sua qualidade, a de autora. É interessante e genial ver o que a mesma imaginou. Os possíveis finais de sua história, que Maddie costuma aplicar em seus livros, nos envolvem em uma sequência de cenas dignas das mentes mais pertubadas.

Cada atitude, cada escolha, leva a um trágico fim. Escolhas essas, que as vezes caem na mera burrice, ou no famoso “Não faz isso ou você não vai fazer isso né”, me tiraram um pouco do filme, mas são justificáveis, pois nos entregam uma produção diferente, e talvez precisamos de uma reformulação no gênero. Vida longa ao terror.


 Obs: O filme está disponível na Netflix.


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