Duro de Matar 5: Um Bom Dia para Morrer

O quinto filme da franquia de ação estrelada por Bruce Willis é divertido, mas não deixa de ser o pior filme com John McClane. Como já disse em outras criticas, eu odeio essa ideia de que filmes podem ser ruins em alguns quesitos, se estes forem só para o “divertimento despretensioso”. A qualidade nos roteiros e atuações devem andar junto com a qualidade das cenas de ação. Infelizmente estou usando uma das minhas franquias favoritas para falar disso.

A história do filme leva McClane até a Rússia, onde ele pretende tirar seu filho da prisão. Mas ele não sabia que, após sair de casa, seu filho se tornou um agente da CIA, que está na Rússia para uma missão de alto risco. A história não é tão ruim assim, já que “Duro de Matar” sempre se tratou de John tentando salvar sua família. O problema é que esse plot não é bem utilizado, além de ter uma resolução muito ruim. Assim como todas as outras histórias. O roteiro simplesmente não funciona.

Esse filme também continua a ampliação do plano de fundo da franquia que começou no quarto filme. No início, McClane atuava em aeroportos ou prédios. No quarto, ele tem que salvar os EUA. E nesse ele tem que salvar o mundo. E quanto maior é o plano de fundo, mais o espírito da franquia some. “Duro de Matar” é sobre um policial (que sempre está sozinho ou de férias…) com poucos recursos, usando a imaginação e enfrentando os vilões na base da porrada. Aqui as cenas de ação são baseadas em tiroteios gigantescos liderados por Bruce Willis.

Voltando a falar do roteiro. A franquia nunca teve roteiros brilhantes ou perfeitos, mas pelo menos os acontecimentos faziam sentido e os diálogos eram agradáveis. Aqui, as cenas parecem estar soltas dentro de um filme que só se preocupa em criar cenas de ação. E eu ainda prefiro as cenas de ação menos grandiosas dos dois primeiros filmes.

O diretor é o péssimo John Moore, que só fez um filme bom na sua carreira. Esse único filme é o interessante “Atrás das Linhas Inimigas”. Além desse, ele também fez o horrível “Max Payne” e o deplorável “O Voo da Fênix”. Sua meta é fazer cenas de ação e a história que se foda. Pelo menos as cenas de ação são divertidas, mesmo sendo atrapalhadas por uma edição instável (principalmente na cena da perseguição de carros no início). As cenas de ação acabam ficando confusas demais.

O elenco coadjuvante é muito ruim. Jai Courtney, que já participou de Spartacus, não tem carisma nenhum para dividir a ação com Bruce Willis. Seu personagem é melhor para a ação do que o nerd feito por Justin Long em “Duro de Matar 4.0”, mas as cenas de Long com Willis eram bem mais divertidas. Sebastian Koch e a russa Yuliya Snigir fazem os vilões caricatos do filme. As reviravoltas até funcionariam se os personagens tivessem um melhor desenvolvimento ou uma melhor atuação. Como eu senti falta de Jeremy Irons, Alan Rickman (o ótimo Hans Gruber), Reginald VelJohnson, William Sadler, Samuel L. Jackson e até de Timothy Olyphant. Atores competentes que já dividam a ação com  John McClane.

Não preciso nem comentar sobre Bruce Willis, que ainda é um grande astro dos filmes de ação. Apesar de John McClane não ser mais o mesmo, Bruce salva o filme com suas reações e piadinhas hilárias. Claro que é sempre bom ver Bruce Willis em ação. Ainda bem que RED 2 (gostei muito do primeiro filme) estreia este ano.

As cenas absurdas também estão presentes no filme. Temos John passando de carro por cima de uma caminhão cegonha em uma ótima cena equivalente a ótima cena do anterior, onde John faz um carro acertar um helicóptero e manda um “Estava sem balas” para fechar a cena. Aliás carros voando é a especialidade desse filme.

Não é um filme de todo ruim, mas ainda é triste ver John McClane perdendo sua essência em um filme que tem a nostalgia como principal motivo para existir. Alás, a nostalgia é algo que está na moda. Ainda assim, vale a pena conferir o filme. Afinal ele é um por divertimento sem pretensão…

OBS: Yippee-Ki-Yay, Motherfuckers!!!!!

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