Batman – A Piada Mortal | Crítica

a piada mortal

Fiel a HQ, animação A Piada Mortal tem erros e acertos quando resolve expandir sua história.


É inevitável negar que nós vivemos numa época em que existem apenas dois extremos: Ou um filme/série/hq é uma obra-prima, ou um filme/série/hq é um lixo, principalmente no meio nerd em que vivemos. O tal nerd, não analisa mais nada conforme seu senso crítico e sim de acordo com suas expectativas. E foi com essa mesma expectativa que fomos ver Batman – A Piada Mortal. adaptação da hq homônima de Alan Moore e Brian Bolland.

Apesar de manter o cerne da história original publicada em 1988, o diretor Sam Liu e o roteirista Brian Azarello, acrescentam uma trama nova, envolvendo Barbara Gordon (Tara Strong), que não prejudica o filme e se mostra um grande acerto, apesar do fraco vilão inicial Paris Franz. Compreensível, afinal o grande vilão da HQ, se é que só existe um, graças a ambiguidade de Alan Moore, seria o Coringa.

Se você ainda não leu A Piada Mortal, ou não viu a animação, sugiro que pare, e volte aqui quando terminar, pois Gotham City ficará recheada de spoilers a partir de agora.

A conversa inicial entre Batman e Coringa sobre os caminhos que ambos seguem, que levarão a morte de um ou outro, ou de ambos, a fuga do Coringa, a aquisição do parque de diversões (bem colorido e fiel ao material original), o sadismo ao “visitar” Barbara Gordon e a deixar paraplégica, o sequestro de James Gordon (Ray Wise) para provar o tal ponto que: “Basta apenas um dia ruim, para transformar o homem mais são em um louco”. O confronto final e ambíguo com o Batman e a possível piada mortal. Tudo está lá, só que em movimento.

 

A animação pode causar certa estranheza no início, principalmente nas cenas de flashback do Coringa, deixando a desejar na movimentação, devido a quantidade limitada de quadros por segundo, que rende movimentos travados e com pouca expressão, com exceção das cenas de ação. O início já citado, mostrando mais de Barbara Gordon como Batgirl e sua relação com o Batman, pode incomodar os fãs mais puristas, inclusive em uma cena em especial, mas nada que afete a história de maneira negativa, afinal, o que acontece é necesário para tudo que virá a seguir. Talvez esta parte destoe mais da essência da HQ, que só é apresentada aos 28 minutos, dos 76 que nos são oferecidos.

Quando começamos a acompanhar a HQ se movimentando em nossa frente, é algo mágico, apesar de achar Gotham muito iluminada (cadê Zack Snyder sombrio?). Mark Hamill faz mais uma vez um trabalho brilhante como Coringa, que é a estrela da produção. E sua contraparte, dublada por Kevin Conroy, dispensa apresentações.

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Apesar da HQ ter um final bastante sugestivo e questionado até hoje gerando a pergunta: Batman mata ou não o Coringa? Temos aqui uma certa certeza de que isso aconteceu, mas também passa a impressão de que nada aconteceu. Na HQ, Batman e Coringa riem da piada, para logo após Batman colocar as mãos nos ombros do Coringa, e Alan Moore nos brindar com o quadro da poça d’água na chuva, refletindo sirenes policias e apenas uma risada ao fundo. Já no filme, a risada do Coringa não é mais ouvida e apenas Batman permanece rindo, logo após um take da poça d’água, sem sirenes.

Algumas pessoas em minha sessão que não leram a HQ ficaram com a famosa “poker face“. Nós que lemos, entendemos, apesar de não parecer tão ambíguo a ponto de um amigo na sessão me falar: “Ambos foram pro bar depois disso”. O fato é que Batman – A Piada Mortal é uma boa animação, que comete alguns erros quando tenta acrescentar algo, ou forçar a barra demais, mas nada que prejudique o todo. No final o saldo é positivo, apesar da DC ter animações melhores.


Obs: Ao contrário do que estão dizendo, a cena pós-créditos não ameniza a história. Nada pode amenizar aquilo amigo.

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